Alexandre Nóbrega
Pontual no florescimento da contemporaneidade artística em Pernambuco, mais precisamente na década de 1980, Alexandre Nóbrega marca uma geração de significativas mudanças e novos ordenamentos nas artes plásticas. Desde lá, vem desenvolvendo o seu trabalho sobre intensa pesquisa entre o preto e branco, como numa expedição permanente, com uma arqueologia própria, levando o espectador à impossibilidade do óbvio. Ao desenvolver os seus trabalhos, elabora a simbologia da presença de todas as cores no prisma entre o preto e o branco, apresentando uma espécie de romance autobiográfico que vem sendo construída há anos. Alexandre tem grande influência da arte rupestre brasileira. É como se os papéis fossem paredes de cavernas. Ele se autointitula como “caçador de arte rupestre”. Uma busca que começa pelo interesse por uma linguagem primária, reconhecida por todos, o desenho cru, simples e universal. Suas obras não são intituladas nem datadas, justamente para permitir que os elementos se confundam, que sejam jogados num universo de possibilidades ilimitadas. As situações vão se desenrolando, e a realidade se modificando, sempre numa ideia de continuidade, como capítulos de algo maior. Algo que está vivo, em constante mudança.